Não é falta de fé

Nessas ultimas semanas, tem corrido muito atrás de estagio, faço pedagogia e achei realmente que fosse mais fácil de arrumar alguma coisa. Acho que isso influencia muito no meu estado. Fui fazer uma entrevista em uma escola de ricos, como a coordenadora falou e assim, sinceramente, não era a escola que eu queria trabalhar, mas, eu queria ser chamada, pra eu poder ter o prazer de dizer que eu não quero, obrigada. Mas, não fui chamada e aí, acho que nem pra isso eu sirvo também.

Esqueci de comentar que há uns dois anos, tive uma perda óssea nos dois dentes da frente e quase os perdi, não comentei com o dentista da bulimia, porque ele era amigo da familia e agora há uns dois meses tive outro problema com o dente, agora o lá de trás, ele simplesmente quebrou, esfarelou, e aí, eu perguntei pra dentista se tinha a ver com a bulimia e ela disse que sim, o ácido que vem no vomito e totalmente destrutível para os dentes. Juro que me bateu um pânico de ficar sem dentes, sabe?

Muitas pessoas acham que pode ser falta de fé, mas, não é, tenho muita fé, e eu sempre dou como exemplo o Padre Marcelo, um homem de muita fé, que está péssimo de depressão. O meu problema não é a fé, o meu problema é orgânico, e não estou conseguindo mais ter controle da situação. Sofro, choro, sem nenhum motivo aparente, e mais uma vez, sobrecarrego o meu marido. Frequento um centro espirita aqui que tem me dado muita luz em muitas coisas e lá no centro, eu faço um curso que é o identidade eterna, pra você conhecer os grupos e descobrir a qual grupo você pertence. Então, descobri que sou do grupo otimista, e dentre a animação e outras coisas os otimistas tem um ponto fraco que é a gula, será que isso poderia ter alguma coisa a ver com o transtorno alimentar?

Vejo o desespero do meu marido, porque ele já não sabe mais o que fazer e nem eu. Me sinto desesperada e sem solução pro meu problema.

Por acaso ou não tão por acaso assim, resolvi pesquisar a respeito dos transtornos alimentares na visão dos espiritas e, sinceramente achei que não fosse ter nada, mas vi e me surpreendi em que em alguns casos de transtorno, seja ele alimentar, sexual, ou qualquer outro, pode realmente ser caso de espirito obsessor. Li em uma matéria que teve um caso de uma menina com anorexia num estado já bem elevado, em uma sessão de regressão, descobriram que ela tinha sido uma pessoa que escondia os escravos num porão e não os dava comida, eles morriam de fome e serviam de comida para os animais. O espirito obsessor apareceu e explicou o porque de fazer isso com aquele corpo, que a intenção deles era deixar aquele corpo magro e deformado, até a morte. Eu acredito completamente nessas coisas, e resolvi que irei procurar ajuda no centro, vou marcar uma conversa fraterna. Sabe lá se fiz mal a alguém na minha vida passada e estou aqui pagando por isso. Bem, vou tentar acertar as contas com o espirito e se não der certo, acho que começarei um tratamento novamente e seguirei direitinho, com a nutricionista, psicóloga e psiquiatra, porque a realidade é que eu sempre me saboto nos tratamentos, acho que isso é normal de quem precisa de tratamentos assim. Na minha cabeça, eu acho que eu não preciso ficar conversando com uma pessoa que não conheço, que ela não será capaz de me ajudar. Na ultima consulta, ela me mandou anotar tudo que se passava no meu dia, o que eu comia, bebia, quando eu vomitava, qual a emoção que eu tinha que levava a isso. Eu sei que faz parte do tratamento cognitivo, mas isso parecia que eu me forçava a vomitar cada vez mais, porque eu tinha que ter anotações sobre o vomito. Mas, de qualquer forma, já está marcada a minha próxima consulta com a psicóloga, dia 24 de julho. Dessa vez, vou tentar não sabotar.

A realidade é que eu já não aguento mais tomar tanto remédio e nem me passa pela cabeça o mal que isso tudo pode estar me fazendo por dentro. Meu marido comentou que nunca me viu tomando tantos remédios como nesse ano, e assim, quantidades e tipos diferentes para diferentes coisas. Ele comentou que cada medico que eu vou, comento de um sintoma, e o médico passa o que ele acha necessário e como eu vou a diversos médicos e tenho diversos sintomas, eles me passam diversos remédios. Eu sempre pesquiso se posso tomar tal remédio com o outro tal remédio, para não correr o risco de não poder misturá-los e se eles não engordam, porque se engordar, eu não tomo de jeito nenhum.